A Crítica “não-crítica” da Paz Liberal 10.5102/uri.v11i2.2534
Resumo
Desde o final da década de 1990, comentaristas têm desenvolvido estruturas críticas a respeito da 'paz liberal' para entender as mais novas e intervencionistas abordagens sobre os problemas da reconstrução pós-conflito e da ameaça da falência de um Estado (ver, por exemplo, DUFFIELD, 2001; PARIS, 2002; PUGH, 2005; RICHMOND, 2005; RICHMOND; MAC GINTY, 2007). Em essência, a "paz liberal” é realizada para ir além das abordagens tradicionais de prevenção de conflitos, ou "paz negativa"; deve-se ir ao sentido da engenharia externa das sociedades pós-conflito através da exportação de quadros liberais de "boa governança", eleições democráticas, direitos humanos, Estado de direito e relações de mercado (ver RICHMOND, 2008a). Como Alex Bellamy resume: "O objetivo principal das operações de paz não se torna, assim, tanto a criação de espaços para a resolução de conflitos negociada entre os estados, mas a contribuição ativa para a construção de políticas, economias e sociedades liberais." (BELLAMY, 2008, p. 4-5) O discurso crítico das bandeiras liberais de paz sobre o problema é que, sob o pretexto de universalização dos quadros liberais ocidentais da democracia e do mercado, as necessidades e interesses das pessoas sujeitas à intervenção são muitas vezes ignorados, resultando na manutenção das desigualdades e conflitos, minando os objetivos de intervenientes externos. A crítica de intervenção e construção do Estado internacional, moldada pela construção da paz liberal, tem sido altamente eficaz ao desafiar suposições de soluções fáceis para situações pós-conflito (ver, por exemplo, CHESTERMAN; IGNATIEFF e THAKUR 2005; DOBBINS et al, 2007; PARIS e SISK, 2009a).
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/uri.v11i2.2534
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