A vivência da morte no contexto hospitalar por psicólogos durante a pandemia da Covid-19

Arthur Piemonte Tufenkjian, Janaína de Fátima Vidotti

Resumo


A pandemia da COVID-19 teve início no começo do ano de 2020 e surpreendeu o mundo com um vírus que se propagou de forma rápida, infectando grande parte da população, levando a sintomas como febre, dificuldade respiratória, perda de sabor ou de odor e, em muitos casos, à necessidade de internação em instituições hospitalares e à morte. O objetivo do presente estudo foi compreender como psicólogos hospitalares vivenciaram a morte no contexto hospitalar diante do contexto da pandemia da COVID-19, evidenciando as transformações que ocorreram no ambiente de trabalho, as mudanças nos processos de morte decorrentes da COVID-19 e a compreensão da vivência a partir da perspectiva de psicólogos que trabalharam diretamente com estes casos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e exploratório. Para coleta de dados, foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram transcritas e submetidas à Análise Temática. Os resultados foram divididos em quatro categorias, sendo elas a formação em psicologia da saúde e hospitalar; rotina de trabalho; vivência da morte dentro do hospital; e desafios e mudanças para a psicologia hospitalar. A partir das entrevistas, observou-se que a pandemia alterou de modo significativo a vivência da morte no contexto hospitalar, modificando os significados dessas perdas principalmente devido ao alto número de óbitos diários e às mudanças no processo de morte, como evolução rápida da doença e ausência de familiares no ambiente hospitalar para os processos de despedida comuns até então. A alta demanda nos serviços hospitalares, as mudanças no trabalho, como a necessidade de adaptação do atendimento através do uso de tecnologias digitais, e o risco da própria contaminação e transmissão do vírus para familiares e amigos resultou em desgaste na rotina de trabalho e aumento do risco de agravo da saúde física e mental para o profissional da saúde. Conclui-se que a pandemia da COVID-19 alterou significantemente a rotina de trabalho destes profissionais, levando-os à necessidade de maior convivência e ressignificação dos processos de morte e luto neste contexto

Palavras-chave


COVID-19, Psicologia Hospitalar, Morte, Luto

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8875

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